Breakfast in Sampa - Roger Hodgson em São Paulo
Publicada em 24, Oct, 2014 por Marcia Janini
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Na noite da última quinta-feira, 23 de outubro, o intérprete e ex-vocalista do Supertramp, uma das mais aclamadas bandas do progressive rock de todos os tempos, realizou apresentação para um público de aproximadamente 7 mil pessoas, em mais um recorde de público de sua turnê "2014 Roger Hodgson Breakfast in América" no Espaço das Américas.
Iniciando a apresentação com o clássico "Take the Long Way Home", um dos grandes hits da carreira do Supertramp em versão fidedigna à original, o compositor e intérprete encanta pelo carisma, simpatia e pela inspirada interpretação, demontrando toda sua técnica e boa forma vocal, em modulações perfeitas, de grande complexidade.
"School" baseada na sonoridade andina, explorando acordes em suspensão do teclado e o inegável charme da flauta piccolo, além dos arranjos e acentos solapados em cadência malemolente e melíflua das cordas, traduzindo grandes variações dinâmicas na cíclica estrutura de rondó da canção, assinala um dos momentos mais felizes e descontraídos do espetáculo.
Digna de menção a perfeita introdução do sax tenor em "In Jeopardy", canção deliciosa, de cadência suave e andamento bem marcado, com conversões precisas determinadas pelo cânone perfeito entre a voz do intérprete e o afinadíssimo coral em tonalidade dub. Perfeita em sua sublime simplicidade!
Após a belíssima introdução realizada por Hodgson ao piano, em notas suaves e diáfanas, explorando atmosfera minimalista surge "Lovers in the Wind", balada pautada na simplicidade da forma, tendo por pano de fundo interessante e suave trabalho na percussão, denotando-lhe maior densidade, por meio da bateria cadenciada.
"Breakfast in America" surge em versão fidedigna à gravação original, em um dos momentos mais importantes do espetáculo, com a impecável interpretação do intérprete e de sua banda, atingindo alto ponto de sinergia palco/plateia.
Impactante a introdução de "Lady", na fusão entre piano e sintetizador, compondo harmonia diferenciada para o frenético andamento da melodia, extremamente criativa em arranjos preciosos e modernizadores, extraídos da sonoridade eletrizante do sintetizador, sem abandonar sua charmosa aura retrô. Rica em nuances e vertiginosas variações dinâmicas, em uma melodia intrincada. Arrematando a finalização, a perfeição dos doces, melodiosos e frenéticos acordes da flauta piccolo em consonância com o perfeito cânone, simulando jam session. Amazing!
Explorando suaves notas do cancioneiro celta, a alegre melodia de "Sister Moonshine" remete às danças pastoris em sua cíclica estrutura de rondó, com a presença das notas solapadas e arranjos repletos de cromatismos das cordas, aliados aos alegres chilreios determinados pelo flautim.
"Hide in Your Shell", mais um grande sucesso da carreira nos tempos do Supertramp, traduz outro ponto alto do show, com sua delicada e preciosa atmosfera intimista.
Em outro momento suave e de rara beleza da apresentação, "Lord Is It Mine" traduz todo um suave encanto com a melodia de andamento ralentado, explorando também a suavidade do piano com maior intensidade nas notas em melodia simples, de compasso marcante, em mais uma bela e criativa composição.
Explorando a sonoridade enérgica do hard rock de linhas clássicas, com influências diretas no psicodélico, surge a deliciosa e descontraída "Had a Dream", traduzindo maior peso e dinâmica ao suave espetáculo. Com estilo e propriedade, os exímios instrumentistas realizam performances perfeitas. Nota para o baixo em dub, em contraponto perfeito à bem pontuada bateria, de andamento preciso em mais um grande momento do show.
"The Logical Song", um dos grandes hits também é interpretado em sua versão original, em outro dos mais importantes momentos do show precede a execução da emblemática "Death in a Zoo", densa e introspectiva, com sua cadência fortee marcante, determinada pelos tambores da percussão (incrível sonoridade estraída da bateria eletrônica), em uma criativa suíte que explorou com grande propriedade a fusão entre sonoridades intrumentais clássicas e modernas, num verdadeiro show de ousadia e criatividade.
A suave "If Everyone Was Listening" denota novamente suavidade e perfeição estética em doces acordes do piano na junção com a poderosa sonoridade do clarinete, em notas altas e cheias de beleza.
Outros grandes hits como "Child of Vision", "Dreamer", "Give a Little Bit" e "It's Raining Again" constaram do bem elaborado set list e encerraram com maestria o evento.
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