The Misson UK in São Paulo
Publicada em 22, Aug, 2014 por Marcia Janini
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Na noite da última quarta-feira, 20 de agosto, a emblemática banda apresentou-se no Carioca Club, trazendo aparato cênico simples, composto por ciclorama e esquema de iluminação abordando atmosfera tétrica.
Iniciando seu show por volta das 22h30, com "Black Cat Bone", canção densa, com muitos elementos pautados no universo céltico, determinados pela bateria cadenciada e pelos acordes melífluos das guitarras, a banda mostra-se em excelente forma. O vocal, explorando em meio à suavidade tonalidades guturais ditou a tônica da bela canção.
"Beyond The Pale", executada em versão fidedigna à original, surge como um bom momento do espetáculo, onde palco/ plateia entram em total sinergia.
Com introdução pautada no pop rock, trazendo acordes menos sombrios, a boa canção "Serpents Kiss" de andamento afretado, traduz em seu bojo elementos da new wave 80´s, explorando sonoridade positiva, alegre. Guitarras em riffs cíclicos, aliadas à bateria em cadência constante, fazem desta uma melodia diferenciada.
A introdução forte, cadenciada e primitiva de "Naked and Savage" apresentada pela bateria alia-se ao baixo em dub. As guitarras distorcidas adquirem tonalidade etérea, aliadas ao poderoso vocal gutural e ralentado. Mais um bom momento do show!
Em "The Brightest Light" aos acordes solapados da guitarra introdutória, o crescendo da bateria sobressai, em andamento suavizado, com inteligentes conversões ao refrão. Nota para o baixo, em gracioso contraponto à percussão, em importante performance, apoiando a força da letra. As linhas da canção, aproximadas ao universo pop, determinaram outro momento inusitado à apresentação.
Mais grandes clássicos em versões similares aos originais, "Garden of Delight", "Severina" e "Butterfly On A Wheel" surgem como gratos presentes aos fãs, marcando outro ponto alto do show. Impressionante o trabalho da guitarra rítmica na execução destas canções, numa demonstração de extrema perícia técnica. O vocal inspirado de Wayne Hussey emoldura de forma primorosa as melodias, apresentando modulações precisas e de alta qualidade estética.
Abordando elementos extraídos de outras vertentes do universo dark, em junção com esparsas pitadas pop, a canção "Everything But The Squeal" traduz em seu bojo toda a ousadia e arrebatamento dos vocais agudos numa mescla impactante com o andamento cadenciado da bateria e as distorcidas guitarras.
Adentrando no universo country das canções pastoris, gostosa vinheta traz para a séria apresentação grande momento de descontração, onde a banda interage positivamente com o público, por meio de seu carismático front man.
Mais uma canção de poderoso apelo "Hurricane", de refrão bem elaborado e melodia consistente agracia o público presente. Digna de menção a expressiva condução da bateria, repleta de cromatismos e breaks estratégicos, além da grande mostra de agilidade de seu condutor em um dos momentos esteticamente mais importantes da apresentação.
"Wasteland" surge em toda sua importância e beleza, seguida pela densa e introspectiva "Swan Song", abordando linhas melódicas suaves, emolduradas pelos acordes rascantes e diáfanos das guitarras e pela percussão em suave acompanhamento. Digna de menção a performance vocal, passeando de extremos e apaixonados agudos à solfejos e falsetes tênues, em mais uma demonstração primorosa deste grande intérprete de timbre único. Perfeito!
A linda versão acústica de "Stay With Me" e "Like A Child Again", apenas em vocal e cordas marca um dos momentos mais introspectivos e de total entrega de Hussey ao seu público, abrindo o seleto bis, composto por grandes sucessos como "Blood Brother", "Deliverance" e "Tower of Strength".
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