Teen Rock no Morumbi: Jonas Brothers
Publicada em 26, May, 2009 por Marcia Janini
Clique aqui e veja as fotos deste show.
Com início às 17h30 da tarde do último domingo, 24 de maio e público estimado em cerca de 45 mil pessoas, o estádio do Morumbi se rendeu à força e carisma dos maiores nomes do estilo teen rock da atualidade.
Iniciando as apresentações da noite, a banda brasileira <b>Cine</b> empolgou a garotada, numa faixa etária que variava entre os 5 e 14 anos de idade em média, com muito rock n’ roll, melodias de boa construção e letras que foram de encontro aos ideais juvenis contemporâneos, realizando a exaltação ao amor e às mensagens de otimismo, tão em voga.
Nota para a execução de “Garota Radical”, com melodia pautada na fusão de elementos do punk rock, determinados pela bateria cadenciada e samplers eletrônicos de efeito, baseando-se nas vertentes do dance e minimal. Os vocalizes auxiliaram à manutenção do clima de liberdade e alegria pueris que contagiou o ambiente, num convite ao público, obtendo boas respostas no tocante à sinergia e comunicação palco/ platéia.
Outro importante momento da apresentação dos garotos, a canção “se Você Quiser”, traduziu-se num swing gostoso de ouvir, explorando boa introdução de teclados sampleados. Esta canção realizou interessante mescla do pop com variados estilos da black music, como funk, hip hop e esparsas pitadas de charme e street... Interessante fraseado nas finalizações do refrão.
“Dance nas Esquinas” e “Prometa” também causaram boa impressão no público, a primeira pontuada pela energia contagiante do street, a segunda, pela interessante fusão de bases no funk e consistência das guitarras distorcidas em afinação padrão. Muito bom!
Digna de menção a participação do DJ nas mixagens e bases, apoiando os instrumentos e vocais.
Por volta das 18h30, a explosão do heavy metal de <b>Demi Lovato</b> domina com intenso furor e energia ímpares o palco, para delírio de seus numerosos fãs, já impressionando, logo na abertura, pela qualidade musical e estética apresentada. Executa grande hit, onde além de cantar com seu timbre vocal diferenciado, brinda os presentes com sua especial participação na condução dos teclados.
A segunda canção apresentada, “Trainwreck” traz o peso de excelente condução da bateria, baixo e guitarra em sincronia. Forte verticalização no momento da conversão entre os refrões, com vertiginosas variantes em andamento e cadência, além de breaks estratégicos, reforçando o poder dos refrões numa bem elaborada melodia.
Além de canções de maior peso, a jovem intérprete encantou também pela doçura transmitida em lindas baladas românticas, com fantásticos arranjos.
A ousadia de Demi denotou-se não somente por sua intensa e marcante presença de palco, mas pelo belíssimo trabalho na construção melódica de suas canções, sempre interessantes, criativas e nem um pouco óbvias. Explorou com extremo bom gosto sonoridades como blues, charme e R&B, na fusão com variados e pesados estilos de rock, como heavy metal, hard rock e punk. Genal! Baterias cadenciadas e baixo realizando belo contraponto traduziram à sua apresentação aura de charme extra.
Na ambientação, excelente trabalho da iluminação, onde se percebia nitidamente a sincronizada alternância nos jogos de spots de variados matizes, de acordo com o andamento das melodias, numa explosão de cor e luminosidade. Fantástico!
Pontos importantes de sua apresentação, a balada romântica “Don’t forget” e a pop “Get Back”, finalizando sua belíssima e em tudo bem executada participação no evento.
Encerrando a noite e subindo aos palcos cerca de 20h30, a mais aguardada atração, os garotos do <b>Jonas Brothers</b> iniciam sua apresentação em grande estilo, trazendo aos palcos introdução dos acordes iniciais de “Love Gun”, clássico do Kiss, executada por músicos em formação de orquestra, compostos de duo de violinos e quarteto de metais (trompete, trombone de vara, sax alto e sax tenor). Incrível!
A bela estrutura de palco contou com iluminação que privilegiou tons claros, com predominância de luzes brancas durante toda a apresentação. Telão ao fundo do palco exibiu o show, ao passo que ciclorama eletrônico posicionado ao lado deste, apresentava imagens diferenciadas a curtos espaços de tempo.
Dando seqüência, a primeira canção executada, “That’s Just The Way We Roll”, apresenta como importante recurso melódico o belo desempenho dos integrantes da banda em conjunto com os excelentes músicos e a participação ousada de violão de aço em acordes de rara beleza.
Outro importante momento, a execução de B. B. Good, realizando analogia com a canção “Jonny B. Good” realiza bela releitura ao estilo, fundindo de maneira ousada e nada convencional o clássico blues com a jovialidade das sonoridades atuais. Nota para a fantástica participação do sax alto nesta canção. Sem dúvida, uma das mais criativas canções apresentadas na noite.
“Goodnight & Goodbye” e “Video Girl” também realizam interessante composição baseadas no rock a billy e ragtime, com suaves nuances de surf rock, mais uma vez brilhantemente pontuadas com energia e graça pelas performances e coreografias dos integrantes da banda, em momentos de intensa participação do público.
Igualmente belas e bem construídas as canções “Still in Love With You”, “Play My Music”, “Tonight” e “Lovebug” prosseguem realizando a linear “viagem” de resgate musical proposta pela banda, sendo que as primeiras canções remetem ao rock de término dos anos 60 e a terceira ao classic rock 70’s, “Play My Music” traduz importante pesquisa ás raízes do surf rock, conduzidas pela precisão e técnica da bateria e pela guitarra de ricos acordes e intensos riffs. Interessantíssimo e incrivelmente bem colocado o retorno às origens do rock sem abandonar o ar de ousadia e inovação, numa apresentação responsável e competente, de altíssimo padrão estético.
Não faltaram também nesta apresentação a presença de baladas românticas cheias de bossa, merecendo especial atenção a beleza da melodia e letra de “A Little Big Longer”, numa agradável sinfonia aos sentidos, com belíssimos arranjos do piano lindamente executado. Impressionante!
|