Spirit of London: Música eletrônica em todas as suas nuances
Publicada em 24, Mar, 2008 por Marcia Janini
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No último sábado 15 de março, ocorreu a 8ª edição do Spirit of London, um dos mais celebrados eventos de música eletrônica do país no Sambódromo do Anhembi.
Trazendo mais de vinte dos maiores DJs da atualidade divididos em cinco tendas com temáticas diferenciadas, a festa atravessou a madrugada indo finalizar-se apenas ao meio dia de domingo, traduzindo-se em aproximadamente 16 horas de muita música e um público estimado em 7 mil pessoas. Go-go’s deram um grande diferencial ao desfilarem em passarela de vidro localizada entre a platéia, traduzindo-se à dança, sensualidade e graça.
No palco principal <b>Joe K</b>, demonstrou set dançante com variantes entre techno e influências que remetiam ao EBM e industrial, através das batidas vigorosas e contagiantes, num perfeito equilíbrio entre técnica e criatividade. Uma das mais aguardadas atrações da noite, <b>Yves Larock</b> contagiou o público com set list voltado às últimas tendências do eletrônico, numa sonoridade atual, com o que de mais moderno toca nas pistas de dança e nas rádios no mundo, apresentando também melodias de sua autoria. <b>Ronaldinho </b>traduziu leveza à interessante sonoridade proposta por seu trabalho, com predominância do minimal e eletro, num excelente mix com o techno, traduzindo-se em uma apresentação criativa, seleta e de alta qualidade sonora. Uma das principais atrações da noite, <b>Alex Gaudino</b> trouxe set list pautado no eletro e trance atuais, traduzindo o que se ouve nas principais rádios e danceterias, traduzindo-se numa sonoridade viajante. Nota para esparsos samplers de efeito retrô nas conversões, conferindo às canções graça e leveza! Outra boa apresentação desta tenda ficou por conta do trabalho de <b>Marcelo Sá</b>, que explorou além do já conhecido talento dos go-go boys na dança, a inusitada performance solo de percussão de um dos dançarinos, surgindo como um ponto diferencial em sua discotecagem de tendência Techno, com influências do psy, trance e do dance pop, num mix interessantíssimo, dançante que mesclou com maestria diferentes estilos e momentos musicais.
Uma das mais fervilhantes tendas da noite, a <b>Big Ben House</b> (qualquer analogia com o relógio londrino não é mera coincidência, visto que as discotecagens ocorriam em cima de uma plataforma suspensa, como se fora uma “torre”) reuniu atrações como <b>Rafael Yapujan</b>, que apresentou tendências mais dançantes do house, com influências de techno e trance e até mesmo samplers de tecnopop 90’s. Outro excelente trabalho foi o de <b>Carlo Dall’Anese</b>, onde mesclaram-se várias vertentes do techno num mix de tirar literalmente o fôlego dos presentes. <b>Ferris</b> também se apresentou com maestria e set list bem elaborado e seleto, explorando batidas graves e cadenciadas com samplers de efeito, traduzindo-se a fusão elegante entre vários estilos, sem perder a essência das melodias de andamento rápido e contagiante, onde ao house uniram-se influências extraídas do techno, minimal e drum n’bass. <b>Adriano Pagani</b> apresentou set list pautado no trance e house, com esparsas pitadas de minimal e eletro, onde aos breaks estratégicos e bem pontuados sucederam-se “viradas” inteligentes. Única mulher a apresentar-se na tenda, <b>Kira</b> embasou mais no eletro house o seu trabalho, realizado com precisão e bom domínio da técnica, agradando muito ao gosto do público.
<b>Energia Black</b> trouxe o melhor da black music em apresentações que agradaram em cheio até aos gostos musicais mais exigentes. Nota para o excelente trabalho apresentado pelo <b>DJ Lala</b>, que ao contrário de muitos, realizou performance à moda antiga, discotecando com vinis e tocando o que de melhor se ouviu nas danceterias dos anos 80, num set clássico e cheio de bossa, mesclando à batida contagiante do funk, sons street como o break, o charme, o início do hip hop e rap. Dignas de menção as brilhantes performances de street dancers que dominaram o espaço da tenda num show como há muito não se via, entretendo o público numa verdadeira aula de ritmo e estilo!!! <b>DVJ Experience</b> mostrou através de clipes toda a modernidade do rap nesta nova era dos clipes musicais, num interessante trabalho de pesquisa áudio-visual. Numa interessante mescla entre clássicos e atualidades, uso bem dosado de samplers e scratches num hip hop de peso, <b>Milk</b> realizou excelente participação no festival, através de um impecável e variado set list, demonstrando rigor e cuidado na escolha das canções. Breaks estratégicos aqui e ali deram um ar ainda mais urbano e atual à discotecagem! <b>Silvinho</b> demonstrou nesta tenda um interessante set, mais baseado no hip hop e nos clássicos, com canções simples e de fácil assimilação num bom trabalho, nada pedante, gostoso de ouvir e dançar! Leves influências no charme e R&B complementaram os pontos mais altos desta apresentação.
Na tenda <b>Terremoto</b>, comandada pelo celebrado <b>DJ Marky</b> e convidados, <b>DJ Link</b> apresentou set na cadência acelerada do drum n’bass, com participação de MC’s nos vocalizes. <b>TC</b> apresenta set list com suaves variantes da mesma vertente, ficando a encargo do excelente <b>Marky</b> a melhor apresentação da noite na tenda. Em excelente forma, apresenta a fusão do drum n’ bass com samplers das mais variadas estéticas e movimentos musicais, sempre de forma criativa e inusitada, fugindo da mesmice. Pitadas de rock(!) e eletro além da excelente participação dos MC’s na aminação, deram a tônica nesta brilhante apresentação, na mescla perfeita entre várias cadências, causando alterações inovadoras no andamento acelerado do drum n’ bass, em viradas dignas de um dos maiores DJ’s da atualidade. Empolgante!
Na tenda <b>Freedom</b> (como o próprio nome já faz alusão), presenciamos discotecagens mais leves e fluidas, de tonalidades mais alegres, festivas.... <b>Herbert Tann</b> (da Blue Space, tradicional casa do circuito GLS) apresenta set com influências na disco music, house, minimal, trance e techno, num mix eletrizante e inspirado, mesclando clássicos com sonoridades modernas, tudo bem dosado e bem medido. Realmente incendiário! Uma das principais atrações da noite, <b>Magal</b> apresenta som bem pontuado e conversões precisas, com toda a técnica e rigor que lhe são peculiares. Influências do trance e eletro na fusão com acid , minimal e outras vertentes em inteligentes viradas pontuaram a excelente sonoridade e trabalho de pesquisa musical. Melhor, impossível! <b>Júnior Preon, feat. Ammanda</b>, traz a sonoridade do dance pop, com influências no techno e batida cadenciada e marcante, num excelente acompanhamento aos vocais poderosos de Ammanda, numa performance digna de menção. <b>Mauro Borges</b>, no set misto de eletro e minimal, com influências do techno, drum n’ bass e disco, apresenta nuances muito dançantes e em certo ponto, bem pops e atuais. O carismático <b>Robson Mouse</b>, que além de apresentar set com variações entre clássicos doa anos 70, 80 e 90 na fusão com as últimas tendências, ainda apresentou singular interação com o público, num diferencial divertido e agradável. Muito bom!
Assim terminou a 8ª edição do Spirit of London, festival que reuniu alguns dos maiores especialistas em música eletrônica do Brasil e do mundo.
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