Pitty - Chiaroscuro
Publicada em 15, Aug, 2009 por Anderson Oliveira
Chiaroscuro, o terceiro álbum de estúdio de Pitty, já era considerado uma das grandes apostas para a música nacional em 2009. Produzido por Rafael Ramos (Dead Fish e Cachorro Grande) o álbum quebra um hiato de 4 anos desde seu último lançamento de inéditas, o elogiado álbum Anacrônico (2005), e é lançado em CD, em formato digital e futuramente, em vinil.
As 11 faixas que compõem Chiaroscuro trazem de forma direta o som que projetou Pitty no cenário atual, porém, traz sonoridades que fazem do álbum um disco diferenciado. Com letras inteligentes e melodias fáceis, Chiaroscuro flerta com estilos como o tango e o soul e assegura o lugar de Pitty entre os grandes nomes da atualidade.
Chiaroscuro tem início com a ótima “8 ou 80”, pesada e com ótimo refrão, a música já se destaca pela qualidade de produção, com uma riqueza de detalhes e efeitos que só acrescentaram à música. “Me Adora”, primeira faixa de trabalho, destaca-se pela execução, cheia de groove e com letra fácil, que tende a crescer ainda mais ao vivo.
“Medo” justifica a escolha do título do álbum, é uma das mais pesadas do disco e explica o conceito de Chiaroscuro (claro/escuro), que foi uma das técnicas utilizadas por Leonardo Da Vinci em suas pinturas. Esse jogo entre as faixas faz com que o álbum não se torne cansativo em sua audição e traga sempre algo diferente para o ouvinte. “Água Contida” flerta nitidamente com o tango e, embora com um andamento mais cadenciado, ganha força com seu refrão somado ao bom trabalho de backing vocal realizado por toda banda. “Só Agora” é a primeira balada do disco e antecede “Fracasso”, que chega com uma introdução direta e tem tudo para se tornar um dos grandes hits de Pitty nos próximos shows, com todos os ingredientes necessários para funcionar ao vivo.
Chiaroscuro traz claras referências a elementos literários em suas faixas, caso de “Desconstruindo Amélia”, que conta com uma ótima composição e antecede outro grande momento, a rápida “Rato na Roda”, que é seguida da ótima “Trapézio”, provavelmente a sequência mais intensa do álbum. “A Sombra” faz jus ao nome e é uma das faixas mais simples e obscuras da carreira de Pitty. “Todos Estão Mudos” (clara alusão à música “Todos Estão Surdos” de Roberto Carlos) dá números finais a mais um grande lançamento de 2009.
Chiaroscuro termina como começou, sem firulas e focado em sua mensagem, com isso, Pitty assegura seu lugar de destaque na atualidade com um álbum bem elaborado, cheio de detalhes e ótimas composições.
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