Camisa de vênus
Dia: 11/05/2007 (Sexta-feira) - Às: 22:00
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A banda que incendiou a cena musical brasileira nos Anos 80 está de volta. Com muito a dizer, sem perda de tempo, sem muitos acordes ou meia palavras.
Trata-se, na verdade, da primeira tour do Camisa de Vênus, pelo Brasil inteiro, depois de 20 anos.
O Camisa de Vênus foi formado em 1980, em Salvador, Bahia, por Marcelo Nova (vocal), Robério Santana (guitarra), Karl Hummel (baixo) e Gustavo Mullen (bateria). Após as primeiras apresentações, Gustavo assumiu a guitarra rítmica. A estréia em disco aconteceu com o compacto "Controle Total"/ "Meu Primo Zé", que já trazia o estilo que viria a consagrar a banda nos anos seguintes.
O primeiro álbum, "Camisa de Vênus", não foi um sucesso estrondoso, mas desviou a atenção da mídia para sua proposta musical, rebelde, vigorosa e firme. A canção "Bete Morreu", em especial, repleta de visões de terror e violência, se tornou um hit na cena underground brasileira. Rapidamente foram convidados a tocar na TV, e logo um segundo álbum foi lançado. "Batalhões de Estranhos", trazia o primeiro grande sucesso da banda em escala nacional, "Eu Não Matei Joana D'Arc". Musicalmente, a sonoridade do Camisa de Vênus deve mais às bandas de Hard Rock do inicio dos Anos 70 e ao pioneiros do rock, como Chuck Berry e Elvis Presley, que a seus contemporâneos. Os timbres e arranjos de guitarras, pesados e ressonantes, saltam aos ouvidos enquanto o baixo e a guitarra solo dialogam, dentro de uma intensa marcação rítmica, sempre em destaque. O vocal de Marcelo Nova é gutural e rascante, ocupando os espaços com improviso e notável senso dramático, demonstrando mais interesse em acentuar e interpretar o conteúdo lírico das canções do que obedecer sua linha melódica.
As letras sempre foram maduras desde o inicio, expondo atitudes políticas claras e críticas ferozes aos costumes e hipocrisias de todos os tipos. Várias vezes foram acusados de ofensivos e explícitos. Seus versos causaram muito estardalhaço nos Anos 80, especialmente "Eu Não Matei Joana D'Arc", com suas alusões implícitas ao amor livre, lesbianismo e preconceito. "Silvia", registra a primeira vez que a palavra "puta" foi ouvida num disco.
Em "Passamos por Isso", é a vez da Industria Fonográfica e do Show Business 'brazuca' serem criticados impiedosamente, enquanto "Pronto Pro Suicídio", é um protesto 'nihilista' radical.
Depois de três anos de 'tournés' incessantes e diversas composições gravadas, o grupo alcançou um nível de maturidade que a maioria das bandas brasileiras sequer sonhavam. "Viva!", disco lançado em 1986 que registrava uma apresentação da banda, talvez seja o verdadeiro grande álbum ao vivo de um artista brasileiro. Sem qualquer pós-produção, edição ou 'overdubs', esse disco escancarava a verdadeira face do grupo: urgente, cru, sujo e barulhento. O disco também chamou a atenção de todos, por usar palavras que tinham sido anteriormente proibidas pela Censura. Por exemplo, no mega hit "Eu Não Matei Joana D'Arc", o verso "Nós só nos encontramos para passear no parque" virou "Nós só nos encontramos para trepar no parque". E esse é apenas um exemplo.
Nesse mesmo ano, lançaram "Correndo o Risco" com os hits "Só o Fim", "Simca Chambord", "Silvia" e "A Ferro e Fogo",única gravação da banda com a participação de uma orquestra, algo bastante fora do comum, dado o estilo da banda.
Em 1987, após uma recepção morna de seu quinto álbum, "Duplo Sentido", a banda se separou. Em 1995, Marcelo Nova e alguns dos membros originais, reativaram o Camisa de Vênus para uma série de shows pelo país. Essa tour foi registrada no disco "Plugado". Em 1996, lançaram "Quem é Você?", com Marcelo Nova, Karl Hummel, Robério Santana, Luiz Carlini, Frank Paolilli e Carlos Calazans. Embora com boas críticas, esse foi o último trabalho da banda até o momento.
Via Funchal
Rua Funchal, 65
Vila Olímpia, São Paulo, SP
www.viafunchal.com.br
www2.uol.com.br/marcelonova
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