Back on the roads: Aerosmith no Brasil
Publicada em 07, Nov, 2011 por Marcia Janini
Em mais um show da turnê “Back on the Road”, a banda Aerosmith, uma das precursoras do hardcore, apresentou-se no Anhenbi em São Paulo no último sábado, 30 de outubro para um público estimado em 25 mil pessoas.
Trazendo repertório de quase quatro décadas de carreira, o show já começa com grandiloqüente introdução, ao som de hino remontando ao orfeônico, numa divertida e criativa brincadeira proposta pelos telões de fundo de cena, que apresentavam antigos desenhos animados, produzidos entre os anos 50 e 60, prenunciando o logotipo da banda.
“Draw the Line” abre a apresentação, trazendo o peso do hard rock 70`s, com marcante guitarra e baixo em dub, em contraponto perfeito à bateria cadenciada. Solos de guitarra distorcida em escala ascendente traduzem tonalidade especial à conversão para o refrão.
Traduzida por cadência blueseira, “Same Old Song and Dance” revela na linha harmônica da guitarra, pontuada por colcheias e semitons agudos, ousadia e extrema perícia de Joe Perry na condução do instrumento, permeada pela guitarra rítmica de Brad Whitford em tonalidades malemolentes, típpicas do blues, em um dos bons momentos da apresentação.
Adentrando na sonoridade do classic metal, “Mama Kim” apresenta grande firmeza na condução da bateria de Joey Kramer, em movimentos lineares arrematados por crescendos na intensidade, dominando ritmo e dinâmica da canção com perícia e estilo. Breaks estratégicos ampliam o poder das estrofes antecedentes ao refrão, onde os profundos agudos do vocal de Steven Tyler valorizam a melodia, assinalando para os solos da ágil guitarra de Perry.
Nota para a performance da bateria solo de Kramer, impactante sobre uma plataforma móvel que conduziu a estrutura até o proscênio, onde o instrumentista pode revelar muito de sua potencialidade e talento em improvisos de extrema ousadia, denotando sua grande versatilidade e agilidade, onde além das baquetas, mãos e cabeçadas também foram adotadas para a execução da divertida e não menos poderosa apresentação, que agradou muito ao público.
À introdução de “What it Takes” há a suave e rápida simulação de jam session, onde Tyler acompanha em tonalidade crooner os primeiros acordes da canção executada nos teclados, prenunciando de forma criativa mais um grande sucesso da carreira.
Além destas canções, sucessos de várias fases da banda foram executadas em versoes fidedignas aos originais como “Jane’s Got a Gun”, “Rag Doll”, “Amazing”, “I Don`t Want to Miss a Thing”, “Crying” e “Sweet Emotion”.
Para o momento do bis, aguardadas canções como “Dream On”, “Love in an Elevator”, “Walk this Way”, “Angel” e “Train Kept A-Rollin” foram contempladas para delírio e alegria dos fãs que compareceram a mais uma excelente apresentação do Aerosmith. Nem mesmo a torrencial chuva que caiu durante praticamente todo o evento sobre o estádio arrefeceu o ânimo dos presentes, que cantaram e agitaram durante toda a noite ao som do velho e bom rock n`roll...
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