O maior festival heavy metal dos últimos tempos: Metal All Stars em São Paulo
Publicada em 26, Nov, 2014 por Marcia Janini
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No último sábado, 22 de novembro, o Espaço das Américas em São Paulo abriu suas portas para sediar um dos maiores festivais do segmento heavy metal dos dias atuais. Contabilizando aproximadamente cinco horas e meia de puro peso, atitude e ousadia metal, os shows da noite tiveram início por volta das 21h30, se estendendo até as 3h00 da madrugada de domingo.
Abrindo as apresentações da noite surge o Capadócia, banda radicada no ABC paulista, representando muito do poder e atitude metal brasileiras. Com composições extremamente pesadas, marcadas por guitarras distorcidas e perturbadoramente dissonantes, aliadas ao baixo em contraponto à frenética bateria. O vocal em boa forma, apresenta bom domínio de técnica, alternando entre guturais cavernosos e profundos e agudos, com certa facilidade. Igualmente digna de menção, a boa performance da guitarra melódica, traduzindo certa suavidade em riffs e acordes um tanto mais elaborados, marcando uma boa apresentação no espetáculo.
Bem mais agressivos, com elementos do punk rock em suas composições, em meio às letras de protesto em bom português, o Project 46 marca sua participação no festival. Bem empostado, o vocal impressiona pela agilidade em transpor de guturais profundos a agudos extremos, no freaseado vocal aceleradíssimo. Show de condução da bateria, demonstrando boa técnica e agilidade. Guitarras distorcidas em afinação padrão arrematam as melodias.
Subindo ao palco por volta das 23h30, o Korzus inicia sua apresentação, lançando no festival seu mais novo trabalho. Com a propriedade e o carisma de uma das bandas mais influentes da cena metal brasileira, sua participação no espetáculo já principia carregada de energia e atitude. Com a substituição do baixista acidentado pelo antigo guitarrista Soldado, a banda ganhou em dinâmica e peso, num clima agradável de reunião. O baixista participou em uma das canções com seu inegável carisma e auxílio nos backing vocals, coroando ainda de mais êxito a bela apresentação. Extremamente técnicos, os instrumentistas deram um verdadeiro show à parte no quesito ousadia e talento, conduzindo com maestria e agilidade ímpar seus instrumentos. Digna de menção a perfeição da bateria cadenciada em junção com as guitarras em riffs rascantes e contundentes, em melodias constantes em andamento e cadência, repletas da energia e valor dinâmico que só o metal proporciona.
Abrindo os aguardados shows do grande time de estrelas do heavy metal, Kobra Paige (vocalista da banda Kobra and the Lotus) encantou os presentes esbanjando charme feminino, ousadia e carisma. Dotada de bom potencial vocal, a cantora passeou livremente entre supremos agudos e guturais extremos com grande naturalidade e desenvoltura, acompanhada por sua banda extremamente original e técnica na execução de releituras para clássicos como "Kings of Metal" (Manowar), "Fear of the Dark" (Iron Maiden) e "Symphony of Destruction" (Megadeth).
Em sua curta porém impactante apresentação Geoff Tate, vocalista do Queensryche, traduziu ao espetáculo toda a suavidade de um dos vocais mais personalizados e únicos da história do metal, adotando recursos de grande técnica e habilidade em vocalizes e solfejos poderosos e precisos na execução da releitura do clássico "Neon Knights" (Black Sabbath) e do grande sucesso do Queensryche, banda que o consagrou, "Jet City Woman".
James LaBrie (Dream Theater) marcou sua participação no festival ao interpretar "I Got You", sucesso de sua carreira solo e "Pull Me Under", com inspiradas interpretações emolduradas com maestria por seu vocal diferenciado de timbre metálico e único, em evoluções nada óbvias em suas modulações perfeitas, traduzindo grande peso e valor dinâmico às consagradas composições.
Max Cavalera, relembrando fases de sua carreira com as execuções de "Roots Bloody Roots" (grande hit com o Sepultura) e "Eye for an Eye"(Soulfly), além de realizar inspirada releitura de "Ace of Spades" (Motörhead), denotando suas origens musicais, apresenta grande forma na condução perfeita de sua guitarra, agressiva, explorando riffs e slides diferenciados e apresenta boa performance vocal para cada canção apresentada, totalizando uma boa apresentação, onde a tônica foi a descontração e ousadia.
A aguardada apresentação de Zakk Wylde encerra magistralmente o festival, com todo o seu carisma digno de um dos maiores guitarristas de todos os tempos, interpretando grandes sucessos de sua carreira ao lado de Ozzy Osbourne. Com seu estilo próprio e diferenciado de técnica instrumental, peso, dinâmica e grande sinergia com o público, Zakk interpreta clássicos como "Fairies Wear Boots", "Snowblind" e "War Pigs", para deleite de seu enorme séquito de fãs, que acorreram maciçamente ao festival.
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