Rigorosamente Ultrajantes a Três Décadas
Publicada em 23, Jul, 2014 por Marcia Janini
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Na noite do último sábado, 19 de julho, o HSBC Brasil recebeu em grande estilo o Ultrage a Rigor, uma das bandas mais emblemáticas dos anos 80.
Iniciando o show com sua costumeira irreverência, duas canções de peso foram executadas para animar e descontrair. Assim, "Independente Futebol Clube" e o cover da clássica canção dos Ramones "Sheena is a Punk Rocker", seguidas pela divertida "Zoraide", com seu humor ácido, peso das guitarras distorcidas e bateria cadenciada ditaram a tônica do bom início da apresentação.
Na sequência, o inegável charme de Roger Moreira, Marcos Kleine, Mingau e Bacalhau, denota-se com grande propriedade em "Se Eu Fosse Homem", seguida por "Inútil", hino da juventude oitentista a cada dia mais atual, numa debochada crítica aos costumes sociais, reafirmando a fórmula de sucesso desta banda, que conta com a perfeição da crítica e das letras de protesto, aliadas ao delicioso "desbunde" que a caracteriza.
Prosseguem incendiando o público com a filosoficamente incorreta (e por isso tão coerente e importante) "Filha da Puta", seguida por alguns dos maiores sucessos dos primórdios da carreira como "Rebelde Sem Causa", "Eu Me Amo".
O surf rock de "Maximillian Sheldon", canção da safra mais recente de composições, traduz um ar mais calmo e entrópico à explosiva performance da banda, com direito a um belo e curto solo de bateria na conversão ao refrão.
A clássica, ensolarada e reggaeira "Mim Quer Tocar", prossegue com a manutenção de atmosfera mais calma na apresentação, entretanto, nem por isso menos irreverente e descontraída.
Ascendendo para maior peso e dinâmica no espetáculo, as libertinas "Sexo" e "Pelado" marcam pontos altos do show, com sinergia e comunicação palco/plateia perfeitas.
Irrepreensivelmente charmosa no decorrer das décadas, a pueril "Ciúme" surge determinando mais um grande momento do espetáculo, com a poderosa bateria de Bacalhau em finalização de prender o fôlego.
O divertido hino "Eu Gosto de Mulher", seguido por vinheta divertida de "Olhar 43" do RPM prenunciam o perfeito cover para "Até Quando Esperar", clássico da Plebe Rude.
Prosseguindo no tema protesto debochado, a divertidíssima "Nada a Declarar" seguida por "O Chiclete", com sua melodia forte para letra maravilhosamente pautada no universo infantil marcam também grandes momentos de verticalização no show.
O rockabilly com fortes acentos no universo country da instrumental "Long Tall Sally" traduz grata surpresa e excelente diferencial na apresentação, em mais uma óbvia mostra do enorme talento e versatilidade dos integrantes da banda. Great!
"Nós Vamos Invadir Sua Praia", clássica canção do início da carreira, traduz ainda hoje o charme sedutor da fusão entre surf rock e demais vertentes, determinadas pelas guitarras distorcidas de Roger e Kleine e pela cadenciada bateria punk de Bacalhau.
Para o momento do bis, foram reservados mais grandes hits, como a extended version para "Marylou" e "Terceiro", encerrando com alegria mais uma excelente apresentação da banda.
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